TEATRO, IMPROVISAÇÃO E ESCOLA: Reflexões na perspectiva enunciativa bakhtiniana

Autores

  • Jean Carlos Gonçalves Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e Universidade Regional de Blumenau – FURB.

Palavras-chave:

Teatro. Improvisação. Escola. Discurso. Sentido. Bakhtin.

Resumo

Essa pesquisa, vinculada ao grupo de pesquisa “Discurso e práticas educativas”, pretende compreender o sentido de escola que permeia o discurso de alunos de teatro, a partir de exercícios de improvisação teatral. A coleta de dados foi realizada com a participação de cinco alunos de teatro de 7ª e 8ª séries, integrantes do Projeto Artenomia em uma escola municipal na cidade de Balneário Camboriú – SC. A partir do convite aos sujeitos para que improvisassem uma cena teatral com o tema: escola, buscou-se investigar os sentidos dos discursos produzidos entre eles, e os lugares sociais dos quais enunciam enquanto personagens da esfera escolar. A materialidade lingüística foi obtida pela transcrição de duas cenas criadas, a primeira delas forma o corpus de análise; complementando a coleta utilizou-se o diário de campo. O mirante teórico é o da teoria da enunciação, tendo em Bakhtin seu principal referente. As relações de poder são analisadas sob a ótica foucaultiana. A improvisação, utilizada neste trabalho como meio de representação, é discutida a partir de Spolin e Johnstone. Os dados apontam para uma compreensão de escola em que os sujeitos falam de lugares e status estabelecidos e exercidos socialmente, em um espaço de conflitos e interlocuções permeadas por jogos de poder, em que a situação é caótica (anomia) e a prática pedagógica, moralizante. Também é possível concluir e defender a improvisação teatral como recurso metodológico para a compreensão desituações enunciativas.

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